Renata: liberdade para recomeçar
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“Eu sei que você é uma pessoa boa”, disse a juíza que conduziu a audiência de Renata Alves dos Santos, 27 anos, ré primária, presa em flagrante por tráfico de drogas. “Mas a partir de hoje, vou te dar um tempo para pensar. Para você avaliar melhor com quem pretende se relacionar”. De fato, Renata se relacionou com uma pessoa que a levou a fazer coisas que ela não fazia antes, como mãe e trabalhadora. Mas ela se assustou um bocado quando ouviu, na sentença, o tempo de condenação que a juíza deu para ela “pensar”: sete anos de privação de liberdade.
Da delegacia, onde foi espancada por ser namorada de um traficante, ela foi para a Cadeia Feminina do Arujá, depois para o Presídio Feminino de Sant’Anna e para a Penitenciária Feminina do Butantã, cada lugar com suas regras, seus desafios, suas violências. Nascida em 1979, filha de uma empregada doméstica analfabeta e de um funcionário que fez carreira numa churrascaria chique de São Paulo, Renata morou a vida inteira em Paraisópolis, a não ser durante os anos de prisão. Por ironia do destino, foi nesses anos que ela exercitou seus melhores dons de empreendedora.
Hoje, trabalha como produtora de eventos na comunidade, realizando desde pequenas festas e filmagens comerciais até eventos para grandes marcas. Liderança. Visão. Responsabilidade. Capacidade de comunicação. Foram essas habilidades que levaram Renata a ser uma das escolhidas para o projeto Biografias Colaborativas, que percorreu as periferias de São Paulo em busca de cinco histórias inspiradoras protagonizadas por mulheres empreendedoras. Renata: liberdade para recomeçar é uma dessas histórias.
Flavia –
Emocionante!