Descrição
“Se dessa orelha nascessem asas, e se elas batessem e voassem, essa orelha não sobrevoaria, mas, ao contrário, esbarraria em rostos, arrebataria corpos, orelhas que ouvissem, olhos que lessem. Pois este “se do meu púbis nascessem asas” e estes outros poemas parecem fazer muitas coisas incríveis com as palavras que falam ou escrevem. Parecem poder esticá-las e praticá-las de outro modo. Inscrevem-nas sobre os ossos e sobre a pele, mas também nas partículas do ar e da água. Decalcam-nas. E apesar da marca funda, as palavras, ainda assim, falam outra língua, arranham (outr)a linguagem, tamanha a potência da sua textura.
Estes poemas alados possuem nadadeiras e transformam Geruza num ciborgue que habita nossa Terra ainda tão cheia de chances. Uma deusa d(a/á) esperança: a esperança que habita o novo som e as entranhas ainda não tocadas do planeta, a esperança que sentimos nos ciclos dos quais as flores são atores. Todo o planeta vive neste livro, mas, principalmente, este é um livro natural, onde palavras nascem, crescem e produzem. É um livro sobre a vida e suas intensidades. E é, então, como esses pequenos milagres do cotidiano, um livro não para ser lido, mas para viver.”
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